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Tempo para voltar a celebrar com nossas obras | Serigrafias&Afins | Lisboa

Tempo para voltar a celebrar com nossas obras : Depois de largos meses em que a pandemia ditou as nossas vidas, a necessidade de nos reunirmos e celebrarmos coletivamente surge mais premente que nunca.


A chegada da COVID-19 transformou o mundo em que vivemos e suspendeu ou colocou sérios entraves a todos os grandes eventos e festivais culturais e iniciativas partilhadas ao longo dos últimos dois anos. Dos festivais de Edimburgo a Glastonbury, dos Jogos Olímpicos de Tóquio às Capitais Europeias da Cultura em Galway e Rijeka, a celebrações bem mais próximas como o 25 de Abril ou os Santos Populares, os habituais eventos e celebrações que marcam o nosso calendário tiveram de ser reinventados, adiados, reduzidos ou cancelados por completo.


Em 2022, parecemos determinados em mostrar que é possível estarmos novamente juntos e assinalar datas especiais, em segurança. E existe uma enorme vontade de voltar a ter acesso a oportunidades de partilha, lazer e experiências sociais ou culturais, fora da gama normal de escolhas e da experiência quotidiana.


Após vários meses afastados e isolados, com o consolo da interação a ser procurado quase exclusivamente online e através de plataformas de entretenimento e socialização digital, que se expandiram exponencialmente neste período, o debate faz-se sobre a necessidade humana de iniciativas e festividades que envolvam o encontro presencial.


Alguns podem argumentar que devemos procurar alternativas, não sendo seguro reunirmo-nos em grandes multidões e que, dadas as implicações de segurança e o custo, podemos passar melhor sem estas. As reuniões coletivas e físicas fazem, contudo, toda a diferença.


Existe um profundo valor simbólico na oportunidade de experienciar algo juntos em comunidade. Os eventos coletivos oferecem uma plataforma de exposição a elementos relevantes à vida em sociedade e ao crescimento individual num momento e lugar específicos. Isso significa que os participantes devem estar presentes, envolvendo-se numa interação com o Outro, o que, por sua vez, resultará em memórias compartilhadas significativas.


Somos, acima de tudo, seres sociais e que procuram o dinamismo. Este é o valor de uma vida, mais plena quando é vivida em comunidade e aberta aos estímulos exteriores, plasmados no dinamismo das figuras de Pinho Dinis, ou curvilíneas em Reys Santos, a proximidade no abraço das obras de Margarida Guerra, a natureza humanizada em Júlio Pomar ou a cor em movimento de Miguel Barbosa.



Estas expressões coletivas oferecem igualmente a oportunidade para que essa experiência coletiva aconteça entre pessoas que, de outra forma, poderiam não ter a possibilidade de se encontrarem ou acreditarem possuir algo em comum. Um valor distinto da experiência em grupo é a sua natureza transversal, que pode atrair pessoas de várias gerações, histórico socioeconómico ou gostos culturais.


O valor e a importância da alegria coletiva ou da euforia compartilhada são aspetos que não estão devidamente encapsulados na avaliação já realizada às nossas circunstâncias atuais. Mas, para além de reafirmar valores e reforçar laços, podem ser elementos fundamentais para, perante um contexto difícil, nos conduzirem à felicidade, bem-estar, pertença ou inspiração criativa.

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